Eu costumava aprontar bastante quando era criança. Filha única, mas com pais trabalhando o dia todo, era minha forma de chamar atenção.
Minha avó ficava mais comigo. Ela tinha um problema nas pernas e quadris, então ficava sempre em casa, com seu andador. Era muito difícil para ela me controlar, uma criança hiperativa. Então ela dizia: “Se não parar de fazer isso e aquilo, vou chamar o Babau, hein?”.
O Babau da minha avó, que poluía meus sonhos de criança, era o famoso homem do saco. Mas que diabos, assustar uma criança assim! Ficava imaginando o que o Babau faria se me enfiasse no saco. Se eu passaria calor. Se eu passaria fome. Se ele seria mau. Se ele me venderia para o circo. Se ele faria sabão comigo. Não sei.
Fato é que essa história toda de Babau me deixou um tanto traumatizada. Não posso ver um homem barbudo e com um saco nas costas que mudo de calçada. Vai que eu vire sabão.
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