"Senão é como amar uma mulher só linda. E daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade. Um molejo de amor machucado, uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher, feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e para ser só perdão."
C'est l'amour C’est l’amour qui fait qu’on aime C’est l’amour qui fait rêver C’est l’amour qui veut qu’on s’aime C’est l’amour qui fait pleurer…
Mais tous ceux qui croient qu’ils s’aiment Ceux qui font semblant d’aimer Oui, tous ceux qui croient qu’ils s’aiment Ne pourront jamais pleurer…
Dans l’amour, il faut des larmes, Dans l’amour, il faut donner…
Et ceux qui n’ont pas de larmes Ne pourrons jamais aimer… Il faut tant, et tant de larmes Pour avoir le droit d’aimer…
Mon amour, oh toi que j’aime Tu me fais souvent pleurer…
J’ai donné, donné mes larmes J’ai pleuré pour mieux t’aimer J’ai payé de tant de larmes Pour toujours le droit d’aimer… Pour toujours… le droit d’aimer!
Dizem que o tempo cura tudo. Mas ele sozinho não opera esse milagre. E eu espero que minha essência volte logo, o mais rápido possível. Hum, acho que ela tá vindo aí.
Uma mulher de trinta anos tem encantos irresistíveis para um homem jovem (...) De fato, uma moça tem ilusões demais, inexperiência demais, e o sexo é cúmplice demais de seu amor para que um homem jovem se sinta lisonjeado com isso; enquanto uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos. Nesse ponto, em que uma é conduzida pela curiosidade, por seduções alheias às do amor; a outra obedece a um sentimento consciente. Uma cede, a outra escolhe. Essa escolha já não é um imenso elogio? Armada de saber que quase sempre custou muitos sofrimentos, ao se dar, a mulher experiente parece dar mais do que a si mesma, enquanto a moça, ignorante e crédula, nada sabendo, nada pode comparar, apreciar; aceita o amor e estuda-o. Uma nos ensina, nos aconselha numa idade em que gostamos de ser guiados, em que a obediência é um prazer; a outra quer aprender tudo e mostra-se ingênua onde a mulher experiente é terna. A primeira só apresenta ao homem um único triunfo, a última o obriga a combates perpétuos. A primeira é só lágrimas e prazer, a segunda, volúpias e remorso. Para que uma moça domine, tem de ser corrompida demais e então abandonamos com horror; enquanto uma mulher tem mil meios de conservar ao mesmo tempo poder e dignidade. Uma, submissa demais, oferece as seguranças tristes do repouso, a outra, perde demais para não pedir ao amor suas mil metamorfoses. Uma desonra-se sozinha, a outra mata em proveito do homem uma família inteira. A moça só tem uma sedução e acredita ter dito tudo quando abandona suas roupas; mas a mulher tem várias e esconde-se sob mil véus; finalmente, acaricia todas as vaidades, a noviça só lisonjeia uma. O homem comove-se, aliás, com indecisões, terrores, temores, perturbações e tempestades na mulher de trinta anos, que jamais se encontram no amor de uma moça. Ao chegar a essa idade, uma mulher pede a uma jovem que lhe restitua o respeito que ela lhe sacrificou; vive apenas para ele, preocupa-se com sua vida, deseja-lhe uma bela vida, ordena-lhe que seja gloriosa; ela obedece, pede e manda, rebaixa-se ou ergue-se e sabe consolar em mil oportunidades, onde a moça só sabe gemer. Enfim, além de todas as vantagens de sua posição, a mulher de trinta anos pode transformar-se em mocinha, desempenhar todos os papéis, ser pudica e até se embelezar com a desgraça. Entre as duas encontram-se a diferença incomensurável entre o previsível e o imprevisto, a força e a fraqueza. A mulher de trinta anos a tudo satisfaz, e a moça, sob pena de não ser, a nada deve satisfazer. Essas idéias desenvolvem-se no coração de um jovem e nele compõe a mais forte das paixões, pois unem sentimentos fictícios criados pelos costumes aos sentimentos reais da natureza.
Estava na casa dos meus pais este último fim de semana. Sentada na cama, lendo meu livro, começo a reparar no aparelho de som na estante. Lembrei que era meu companheiro inseparável. Até para tomar banho, o levava para dançar enquanto lavava os cabelos. Quando ia passar as férias na casa dos meus avós paternos, o levava também. Colocava a fita ou o CD preferido da época e deixava rolar. Sonhava, ia muito longe, pensava nos paquerinhas da época, pensava na festinha que ia ter na casa da amiga, e me empolgava já ensaiando os passos da noite em frente ao espelho, esperimentando uma porção de roupas.
Mas hoje... De que serve aquele negócio enorme, com a lente quebrada, que já não lê mais CDs nem toca mais fitas? Então comecei a pensar em quanta coisa a gente tem que não usa mais. A começar pelas emoções. Estocamos em nossa mente uma variedade de coisas velhas que empacam nosso caminho. Já pensou o tanto de entulho que ocupa o espaço de novos sentimentos, novas ideias?
O que nos serviu antigamente pode não servir mais hoje. Algumas coisas podem ainda ter efeito em nossa vida. As coisas boas, positivas, podem fazer parte da nossa vida hoje. Tanto para a gente, quanto para outras pessoas, como exemplo, como experiência. Afinal, nossa vida é feita de quem fomos ontem ambém. Só não podemos esquecer que podemos mudar muita coisa no DIA DE HOJE. O Hoje foi feito para nós. Foi feito para ser vivido. Feito para inspirar, expirar, sentir, se envolver. Foi feito para fazermos coisas melhores do que no passado. O Hoje é tudo o que temos.
Que você receba esse texto como um PRESENTE para pensar no dia de HOJE. Entendeu? ;)
Sempre assuminos um lado de algo. Eu, que prefiro a agulha à linha, que prefiro o interior ao exterior, a reforma ao novo, vejo que minhas responsabilidades são grandes.
Não por acaso, estava numa fila imensa numa loja e vi esse livro: A Essencial Arte de Parar. Achei a capa interessante e o preço, mínimo. Como ando sempre correndo, resolvi levar ele pra casa.
Cada linha do livro, li como que se estivesse vivendo uma pausa. Ele fala sobre diversos tipos de paradas, e sua importância em nossas vidas. A que mais me identifiquei foi a Pausa Breve. É a pausa que você dá quando precisa de ar por um minutinho só, se você só tiver isso para aquele momento. É quando você respira fundo e apaga todos os problemas do pensamento.
Resolvi aplicar a Pausa Breve no meu dia a dia. Já começo o dia fazendo isso. Vou para a sacada, observo meus gatos andando. O solzinho fraco vai deixando tudo à nossa volta num tom de laranja fosco, com brilhinhos de poeira. Minha gata senta-se ao meu lado, aperta os olhinhos e olha na mesma direção que eu, para o nada. É muito restaurador. Parece que ela entende que eu preciso daquele momento.
Ao longo do dia, faço diversas Pausas Breves. Antes de comer, agradeço e abençoo o alimento, coisa que sempre fiz, mas que agora tomou uma proporção maior na minha vida. No final da tarde, vou até um cantinho do prédio em que trabalho, sozinha, levo uma caneca com chocolate quente e um livro para ler um capítulo e depois só observar o sol se pondo. É incrível como fazer somente isso já mudou minha forma de pensar muitas coisas.
Espero que você também faça isso. Ficar sozinho com você mesmo é apreciar a pessoa maravilhosa e única que é. É prestar atenção às coisas que te fazem bem, às coisas que você tem a oferecer às outras. Abrir espaço para uma percepção profunda de você mesmo e do mundo.
Acho que as coisas sempre acontecem por um motivo. Mesmo quando uma formiga derruba seu torrão de açúcar e fica atrapalhada em seu caminho, acredito que Deus tenha um propósito para isso. Seja para a formiga, seja para um tamanduá faminto, seja para um humano. Não importa. As coisas não acontecem por acaso.
Quando estou com muita pressa e perco o ônibus, não reclamo. Tem um motivo para eu estar lá, naquele ponto, àquela hora. A continuidade da vida precisava que eu estivesse lá naquele instante, por mais bobo que isso possa parecer. Eu, um ser tão pequeno nesse mundo imenso, faço a diferença nessa cadeia toda.
Cada um tem um motivo para estar aqui. E nossa vida é tão breve. Que possamos aproveitar cada instante de forma infinita, é minha oração de hoje.
Ler Observar gatos Ouvir ipod no trem Ficar perto do Fabio Velas Escuro Flores 17:30h Esmaltes Minha família Livrarias Poucos amigos Ensinar Moda e comportamento Aprender Anéis Cabelo vermelho Limpeza Esquentar as mãos no pescoço Esquentar o nariz nas mãos Bom caráter Mau humor nato Dicionários Franjas Jesus Imagens de Buda Ideia de Deus Montanhas Veterinários Banho quente Jazz e capuccino enquanto leio Biografias Árvores Língua francesa Listas Lápis de cor Piso de tacos Verde Roxo Cinza Preto Lente macro Necessaires Água com babosa Sapatos Domokun Fusca Quintal com terra Todos os animais Frio Calça larga Pouco e bom Plataformas petrolíferas Paraty Xalés Colagens Ficar sozinha Orar Confiar Fotografia Escrever Comer Fazer nada Ajudar Criticar Filmes de terror Filmes parados Comprar Cheiro de coisa nova Cheiro de banco de couro Cheiro de gasolina Telefone de disco Cardigans Bonecos Espreguiçar Revistas Cadernos Livros Cabelo curto Ouvir a mesma música o dia todo Biscoitos Felinos Brigadeiro Baunilha Bolo de cenoura quente Sombras Lavar louça Creme para mãos Janelas Móveis antigos Japoneses Formigas Chuva Cheiro de chuva Dias nublados Curiosidade Feiras de rua Travesseiros Interpretações Ctrl Z Ctrl S Cachecol Vilas Março
Até um tempo atrás eu achava que tinha 29 anos. Uma mulher de 29 anos e somente isso. Mas não é verdade. Então, onde foram parar a Rúbia de 1, de 2, de 5, de 20 anos?
Todas elas habitam na minha alma, afinal, foram elas que construíram essa mulher que sou hoje. E eu não entendia porque às vezes tinha um comportamento infantil perante a vida.
Até que alguém muito sábio me disse: É a sua menina querendo atenção. Cuide dela e entenda o que ela tem a dizer a respeito do que aconteceu. Entenda o seu lado, conversem a respeito e entrem num acordo. Não adianta repreendê-la severamente: Crianças são sapecas e muito inteligentes, sua menina pode acabar aprontando para você, mesmo sem querer prejudicá-la. Ela só quer as coisas imediatamente, não aguenta esperar. Aí que entra você, mãe dessa menina, que deve colocá-la no colo e pedir: “Calma, minha menina, que a vida pede calma para que possamos abraçar o mundo todo”. Como diriam os mais “antigos”: Devagar se vai ao longe.
Não tenho família, tenho amores. Não tenho coisas, tenho auxiliadores. Não tenho vergonha, tenho bochechas vermelhas. Não tenho anos, tenho vida. E eu amo tudo o que faz parte dela.
Trechos que amei do livro Louise Bourgeois – destruição do pai, reconstrução do pai (tirados do blog da Cosac Naify):
“Meu trabalho inicial é o medo de cair. Depois se tornou a arte de cair. Como cair sem se machucar. Mais tarde é a arte de se manter no ar.”
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“Quando eu estava crescendo, todas as mulheres em minha casa usavam agulhas. Sempre tive fascínio pela agulha, o poder mágico da agulha. A agulha é usada para consertar os danos. É um pedido de perdão. Nunca é agressiva, não é uma ponta perfurante.”
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“A espiral é uma tentativa de controlar o caos. Tem duas direções. Onde você se coloca, na periferia ou no vórtice? Começar pelo lado externo é o medo de perder o controle; as voltas são um aperto, um recuo, uma compactação até o ponto de desaparecimento. Começar pelo centro é afirmação, o movimento para fora é a representação de dar, de abandonar o controle; de confiança, de energia positiva, a própria vida.”
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“Eu preciso de minhas memórias. Elas são meus documentos. Eu as vigio. São minha privacidade e tenho um ciúme intenso delas. [...] Lembrar-se e devanear é negativo. É preciso diferenciar entre as lembranças. Você vai na direção delas ou elas vêm em sua direção? Se vai a elas, está perdendo tempo. A saudade não é produtiva. Se elas vêm a você, são as sementes da escultura.”
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“Minha mãe ficava sentada ao sol e consertava uma tapeçaria ou bordava. Realmente adorava isso. O sentido de restauração me é muito caro.”
Estou cansado, é claro, Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado. De que estou cansado, não sei: De nada me serviria sabê-lo, Pois o cansaço fica na mesma. A ferida dói como dói E não em função da causa que a produziu. Sim, estou cansado, E um pouco sorridente De o cansaço ser só isto — Uma vontade de sono no corpo, Um desejo de não pensar na alma, E por cima de tudo uma transparência lúcida Do entendimento retrospectivo… E a luxúria única de não ter já esperanças? Sou inteligente; eis tudo. Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto, E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá, Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.
Faltam 5 dias para o nosso casamento. E o apartamento finalmente está quase pronto.
Toda vez que entro lá, imagino coisas. Coisas que já acontecem aqui em casa, mas que lá vão tomar uma nova forma, uma nova dimensão. Não sei, pelo menos sinto isso.
Na cozinha preparo mil pratos para receber os amigos, usando meu livro grosso de receitas ainda intocado. Penso na lista de mercado da semana e o que vamos ter para o jantar dos 7 dias.
Na sala já consigo ver nosso sofá novo lindo, lindo, na cor de um gato Azul da Rússia. Só espero que os nossos gatos não pensem o mesmo e se empolguem a afiar as unhas. Longas tardes de filmes com pipoca e, está bem, o marido jogando seu PS3.
O corredor da parede na cor frutas silvestres vai ser alvo preferido das correrias dos gatos.
A sacada grande, já imagino meu cunhado fazendo churrasco (numa churrasqueira que nem imaginaria aproveitar) e meus gatos tomando sol enquanto leio.
O quarto, noites tranqüilas e outras vezes, nem tanto, mas no melhor sentido da palavra. A cama terá que ser king size e poderemos enfim mudar de lado sem ser no próprio eixo.
E o closet? Ah, o closet! Nunca fiquei tanto tempo calculando onde vão as meias, as bolsas e meus vestidos longos. Os casacos do marido definitivamente vão respirar sem embolorar.
Tem outras partes da casa que não imagino nada, talvez mais para frente eu pense em algo. Mas o que vi até agora está mais do que esperado. Lindo, lindo.