sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma mulher tem que ter qualquer coisa que chora

"Senão é como amar uma mulher só linda. E daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade. Um molejo de amor machucado, uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher, feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e para ser só perdão."

(Samba da Bênção - Vinícius de Moraes)




















quarta-feira, 17 de novembro de 2010

C'est l'amour (Edith Piaf)

C'est l'amour
C’est l’amour qui fait qu’on aime
C’est l’amour qui fait rêver
C’est l’amour qui veut qu’on s’aime
C’est l’amour qui fait pleurer…

Mais tous ceux qui croient qu’ils s’aiment
Ceux qui font semblant d’aimer
Oui, tous ceux qui croient qu’ils s’aiment
Ne pourront jamais pleurer…

Dans l’amour, il faut des larmes,
Dans l’amour, il faut donner…

Et ceux qui n’ont pas de larmes
Ne pourrons jamais aimer…
Il faut tant, et tant de larmes
Pour avoir le droit d’aimer…

Mon amour, oh toi que j’aime
Tu me fais souvent pleurer…

J’ai donné, donné mes larmes
J’ai pleuré pour mieux t’aimer
J’ai payé de tant de larmes
Pour toujours le droit d’aimer…
Pour toujours… le droit d’aimer!


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Essência

Dizem que o tempo cura tudo. Mas ele sozinho não opera esse milagre. E eu espero que minha essência volte logo, o mais rápido possível. Hum, acho que ela tá vindo aí.

Balzac - A Mulher de Trinta Anos

Uma mulher de trinta anos tem encantos irresistíveis para um homem jovem (...) De fato, uma moça tem ilusões demais, inexperiência demais, e o sexo é cúmplice demais de seu amor para que um homem jovem se sinta lisonjeado com isso; enquanto uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos. Nesse ponto, em que uma é conduzida pela curiosidade, por seduções alheias às do amor; a outra obedece a um sentimento consciente. Uma cede, a outra escolhe. Essa escolha já não é um imenso elogio? Armada de saber que quase sempre custou muitos sofrimentos, ao se dar, a mulher experiente parece dar mais do que a si mesma, enquanto a moça, ignorante e crédula, nada sabendo, nada pode comparar, apreciar; aceita o amor e estuda-o. Uma nos ensina, nos aconselha numa idade em que gostamos de ser guiados, em que a obediência é um prazer; a outra quer aprender tudo e mostra-se ingênua onde a mulher experiente é terna. A primeira só apresenta ao homem um único triunfo, a última o obriga a combates perpétuos. A primeira é só lágrimas e prazer, a segunda, volúpias e remorso. Para que uma moça domine, tem de ser corrompida demais e então abandonamos com horror; enquanto uma mulher tem mil meios de conservar ao mesmo tempo poder e dignidade. Uma, submissa demais, oferece as seguranças tristes do repouso, a outra, perde demais para não pedir ao amor suas mil metamorfoses. Uma desonra-se sozinha, a outra mata em proveito do homem uma família inteira. A moça só tem uma sedução e acredita ter dito tudo quando abandona suas roupas; mas a mulher tem várias e esconde-se sob mil véus; finalmente, acaricia todas as vaidades, a noviça só lisonjeia uma. O homem comove-se, aliás, com indecisões, terrores, temores, perturbações e tempestades na mulher de trinta anos, que jamais se encontram no amor de uma moça. Ao chegar a essa idade, uma mulher pede a uma jovem que lhe restitua o respeito que ela lhe sacrificou; vive apenas para ele, preocupa-se com sua vida, deseja-lhe uma bela vida, ordena-lhe que seja gloriosa; ela obedece, pede e manda, rebaixa-se ou ergue-se e sabe consolar em mil oportunidades, onde a moça só sabe gemer. Enfim, além de todas as vantagens de sua posição, a mulher de trinta anos pode transformar-se em mocinha, desempenhar todos os papéis, ser pudica e até se embelezar com a desgraça. Entre as duas encontram-se a diferença incomensurável entre o previsível e o imprevisto, a força e a fraqueza. A mulher de trinta anos a tudo satisfaz, e a moça, sob pena de não ser, a nada deve satisfazer. Essas idéias desenvolvem-se no coração de um jovem e nele compõe a mais forte das paixões, pois unem sentimentos fictícios criados pelos costumes aos sentimentos reais da natureza.