quinta-feira, 30 de julho de 2009

Coisas simples


A Nena é minha gatinha linda. Ela adora brincar e conversar. É só alguém passar perto dela para iniciar uma longa conversa. Ela mia daqui, a gente dali, em resposta.


E no meio disso tudo ela acha um papel amassado ou um grampo no chão. Aí acaba o bate papo, é hora de se divertir sozinha.

Por que será que os humanos são muito mais complicados?


Chuva boa



Adoro esse tempinho. Ainda mais estando em casa, podendo curtir meus gatinhos, meus livros, música boa e uma xícara de leite quente com mel.



Cheirinho de casa nova


Esta semana eu fui com meu amor ver como está a reforma do nosso apê.


Imagina, cheio de sacos empilhados com entulhos, poeira, coisas nossas cobertas com lençóis velhos, uma quebradeira geral.

E a gente se abraçou, se beijou e achou tudo aquilo lindo.



terça-feira, 21 de julho de 2009

Minha vizinha


Acabo de fazer amizade com uma senhora, ela se chama Claudete e mora numa casinha linda. Ela tem três gatos lindos e estava triste porque um cinzinha de 6 meses fora atropelado.

A Luna é a mais velha, uma linda gata negra de 15 anos. A Dona Claudete espera que ela dure tanto ou mais que a Charlot, que viveu 19 anos.

Ela me disse que enquanto a maioria gostaria de ter um canil, seu sonho era ter um gatil. Minha alma gêmea.

Dona Claudete achou meu "nome lindo, assim como meu rosto de boneca". Elogio de vó.

Estou escrevendo isso uma quadra acima da casa dela, no meu moleskine. Não aguentei esperar até chegar em casa.


Os amigos nos fazem ver


Sabe quando você está sorrindo pra tudo, sem perceber?

Meu amigo acaba de me dizer pelo msn: "Sabe que dá pra ver que você está feliz? Não tô te enxergando, mas parece que está rindo pro computador."

E estava mesmo.


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tempo precioso


Meu tempo é tão precioso que não posso gastá-lo na frente de uma tela de computador, esperando a vida passar.


Quando precisarem de mim, me chamem que eu vou.


Não é incrível?


Desde que pedi demissão, nunca trabalhei tanto.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Do outro lado da rua




Na frente da parede com uma porta no meio, uma casinha linda.

Fiquei imaginando quem moraria ali. O quão interessante ela seria, para conservar esse pedacinho de céu num dos bairros mais conturbados da cidade. Como ela conseguiu conservar uma aura mágica numa massa cinza, cheia de gravatas e problemas.

Essa pessoa deve ter um bichinho de estimação. Também cozinha feijão escolhido na mesa, espera o marido com um café feito na hora nas mãos e abre a janela de madeira pela manhã, com os primeiros raios de sol atravessando a cortina, revelando os brilhinhos de poeira. Ela poda as roseiras às cinco da tarde, quando o dia está amarelando. Ela usa avental e na sua cadeira de balanço, recorda a juventude, quando tudo em volta de sua casa eram lares de amigos com chá da tarde e bolo de cenoura.

A casa fica do outro lado da rua. É do lado que eu queria estar.


Porta para o céu




Tinha uma porta no meio da parede. Tinha uma parede no meio da porta.

E não é que no meio de um almoço a gente redescobre um poema?



terça-feira, 14 de julho de 2009

Pulguinha


Pedi demissão.

Uns disseram que sou doida, outros me parabenizaram pela coragem de deixar salário fixo, carteira assinada e todos os benefícios tão almejados.

O melhor comentário de todos foi de um amigo, quando eu disse a ele que mesmo feliz, estou com um friozinho na barriga pelo novo. Ele me disse:
"O importante é você estar feliz. Preocupado todo mundo fica. Já feliz... Bem difícil."

A confiança voltou a fazer cócegas.


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Coleções


Ganhei uma caneca de gato de uma amiga que sabe que adoro canecas e gatos. Adoraria colecionar as duas coisas, mas a vida só me permite colecionar as canecas.

Essa amiga adora presentear. É de uma delicadeza de vó. Sabe transformar um grão de areia num castelinho.

Amigos assim a gente não consegue colecionar. Ao contrário das canecas, são peças difíceis de se achar.


Friozinho


O ventinho gelado vindo das frestas da janela fechada denunciam os doze graus lá fora. Levanto, calço meus chinelos e escuto os miados vindos do lado de fora do quarto. Brinco com eles enquanto penso nas decisões que irei tomar em breve. Mas os gatos são ardilosos. Eles sabem o que se passa em nossas mentes. Por isso, puseram-se a miar cada vez mais alto, me chamando de volta para a terra.

Vesti roupas de acordo com o tempo, mas não exatamente o que eu queria. As peças estavam descoordenadas, assim como minha cabeça. Agindo com a razão.

Ainda estava frio. Ora, doze graus não é tão frio assim. Acho que as borboletas do meu estômago estão agitadas, isso sim.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

C'est La Vie


Acordei pensando que seria um dia bom. Vesti minhas meias rendadas que herdei de uma amiga que trouxe da Suécia. Elas me fazem sentir nos anos 20, não sei, como se algo de bom estivesse por vir. Algo diferente.

Coloquei a trilha de Amelie Poulain no ipod, o que faz me sentir uma francesa, pronta para jogar pedrinhas no rio. Tudo estava leve.

Parei para tomar café com leite na padaria e isso completou o início da manhã. Adoro tomar café com leite segurando a xícara com as duas mãos. A fumacinha saindo preenche tudo o que consigo enxergar naquele momento. E pelo menos naquele momento, tudo fica com cara de férias no inverno.


Araras e gavetas


Sempre tive muitas coisas. Adoro coisas. E roupas, como toda mulher. E por mais que doasse muita coisa todo ano, sempre restava mais um monte. Parece que aquela tal história de que se você doa você ganha em dobro é verdade.

Os problemas com espaço são uma constante em minha vida. E quando meu amor veio morar em casa, além dos beijos vieram as coisas dele. E nunca gostei tanto de que minha coisas ficassem mais apertadas.

Agora temos um armário embutido, uma arara torta no pé da cama, algumas blusas mofadas e muito amor.


Barulhinho bom


Quando consegui alugar um apartamento só pra mim, foi um sonho que se realizava. Tentei puxar pela memória naquele momento em que entrava meu sofá pela porta, se havia tido momento mais sublime.

Era como se eu estivesse numa daquelas propagandas de perfume importado. Indescritível.
Passado um tempo, comecei a sentir falta do barulho. Não o tempo todo, mas de vez em quando eu sentia.

Aí veio meu amor morar comigo. O barulhinho dele é bom.